Qual é o verdadeiro significado da Páscoa?

Ele é o alimento espiritual que pode saciar a vida do homem completamente (Jo 6. 54-56)

No decorrer dos tempos, a Páscoa passou a ser moldada de acordo com as necessidades efêmeras da humanidade. Para muitos, essa data tão especial tornou-se apenas sinônimo de consumismo comercial, feriado, superstições vazias e até mesmo secularismo, afastando-se, assim, da sua essência fidedigna. Então, qual é o real significado da Páscoa? E para responder a esta pergunta, devemos extrair a resposta a partir do seu lugar de origem que é a Palavra de Deus.
Um dos objetivos do livro de Êxodo é relatar a saída do povo hebreu do Egito após 400 anos de escravidão. A narrativa mostra que o Senhor Deus, em Sua infinita graça, decidiu libertar o Seu povo das mãos de Faraó. Moises e Arão foram comissionados para serem os mensageiros dessa libertação. Quando finalmente o povo de Israel iniciou sua jornada para sair do Egito, Deus instituiu a Páscoa. E analisando o relato de Êxodo 12, torna-se evidente o seu real significado.
Em primeiro lugar, a Páscoa é a certeza de um recomeço (Êx 12.1-2). O Senhor Deus havia dito que o mês da partida (equivalente aos nossos meses de março a abril) seria o principal dos meses para o povo hebreu, o qual tornou-se um marco temporal para um novo começo. A Páscoa, portanto, era uma festa de ano novo, de uma nova vida, de escravos libertos e de uma nova história a ser vivida. Diante disso, podemos afirmar que essa data tão especial nos lembra que, em Cristo, há um novo começo. Quando Jesus ressuscitou ao terceiro dia, em um Domingo de Páscoa, deu a muitos a certeza de uma nova história redentiva que é interminável e imutável (2Co 5.17).
Em segundo lugar, a Páscoa é a certeza de um sacrifício eficaz (Êx 12.3-13). Por ocasião da decima praga anunciada contra os egípcios, o Senhor havia ordenado que cada família tomasse um cordeiro para que fosse imolado, cujo sangue deveria ser passado nos umbrais das portas para livrá-los do juízo de Deus, e cuja carne fosse repartida para alimentar as famílias e os agregados (Êx 12. 4,8-9). Eles comeriam com a certeza da libertação, porque naquela noite Deus executaria seu juízo sobre os egípcios e os seus deuses, mas não sobre o seu povo, porque o sangue do cordeiro estaria nas portas (Êx 12. 11-13). E assim o fizeram. Por isso, essa ocasião ficou conhecida como Páscoa, em hebraico Pessach, que significa “passagem”, pois, por causa de um sacrifício eficaz, o Senhor “passou” por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, livrando-os da morte (Êx 12.27).
E assim foi o sacrifício de Cristo, um sacrifício divinamente instituído e plenamente eficaz. Jesus morreu como cordeiro pascal e o Seu sangue derramado foi suficiente para livrar do pecado e da morte eterna aqueles que são Seus (Mt 26.28; Ef 1.7; Ap 1.5). Ele é o alimento espiritual que pode saciar a vida do homem completamente (Jo 6. 54-56).
Quando participam da santa ceia, os crentes fieis e verdadeiros celebram e recordam-se do sangue que foi derramado e do corpo que foi dado por Jesus na cruz em favor deles (Mt 26.26-28). E essas verdades são as “boas-novas” de que não há mais escravidão ou condenação, pois a obra de Cristo é a certeza de uma liberdade infindável (Is 42.7; Lc 4.18).
E em terceiro lugar, a Páscoa é a certeza de uma celebração perpétua. O Senhor havia dito que aquele dia perduraria como memorial e celebração solene entre as gerações (Êx 12. 14; 24-28). A Páscoa nos lembra que, somente por intermédio de Jesus, a morte eterna não terá eficiência sobre aqueles que creem; e que nele é possível ter a certeza da passagem, não do Egito para Canaã, mas da morte para a vida, da inimizade com Deus para uma vida de comunhão eterna com ele (Rm 8).
Destarte, em meio a muitos significados deturpados acerca da páscoa, podemos afirmar que essa data tão especial tem o seu real significado em Jesus Cristo, a Sua obra na cruz do calvário a os Seus efeitos perpétuos.

Pr. Pedro Matos
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