Saiba qual é a importância de falar com o seu bebê

Quando mulheres e homens se tornam mamães e papais de primeira viagem, existe uma expectativa e ansiedade com as fases em que o filho irá passar: dar o primeiro sorriso, os primeiros passos, a primeira palavra… Os pais devem ser bem instruídos quanto ao desenvolvimento da fala da criança, e o que eles devem esperar de cada idade e com o que devem se preocupar.

Geralmente, por volta dos seis meses, é quando a criança começa a balbuciar – ou seja, falar sílabas repetitivas. Quem informa isso é a Fonoaudióloga Thamara Rahmé: “os pais pensam que o filho já falou ‘mamã’ e ‘papá’, mas, na verdade, ele ainda só está imitando os sons, começando a interagir”, esclarece.
A especialista afirma que as primeiras palavras da criança ocorrem por volta de um ano, mas que são palavras bem simples, que já possuem bastante significado. “Esperamos que isso seja em torno do primeiro ano, de 10 a 13 meses de idade. Porém, cada criança se desenvolve de uma forma – não podemos generalizar. Mesmo assim, é importante estimular e aguardar um pouco. As frases completas ocorrem por volta dos dois anos, até dois anos e meio”, observa ela.

Após os dois anos de idade, Thamara ressalta que acontece o chamado “boom da linguagem”, que é o momento em que a criança passa a adquirir muitas palavras de uma hora para a outra, e começa a juntá-las para formar frases. “É claro que são feitas frases mais completas, mas não se deve esperar um discurso da criança!”, alerta ela.

Estímulo
“A criança escuta desde quando está dentro da barriga. O estímulo começa desde o ventre, e isso é real, comprovado. Então, ela passa a te ouvir desde este momento, e quando nasce, mais ainda, porque nós começamos a conversar com ela; é claro, de forma mais infantil. Nisso, ela vai começando a absorver as palavras – mas, somente começará a usar e falar por volta do primeiro ano”, explica a profissional.

Thamara dá algumas dicas de como estimular a criança desde bem bebê: “quando a criança nasce, é interessante estimular na hora do banho, falando os nomes das partes do corpo; cantar musiquinhas para comer e dormir, ou enquanto brinca; ter móbile com som, que também estimula através da melodia (mesmo que não tenham palavras). Há pais que pensam ‘ah, é um bebê, não vai entender o que eu estou falando’; porém, ao pensar assim, a criança não é exposta às palavras, ao nome das coisas, e acaba tendo um atraso de linguagem”, informa a especialista.

Dra. Thamara Rahmé Fonoaudióloga CRF: 18017 Cemetra - 3812-1936

Dra. Thamara Rahmé
Fonoaudióloga
CRF: 18017
Cemetra – 3812-1936

‘Mamanhês’
“O termo ‘mamanhês’ é o nome atribuído para a linguagem que as mães costumam se comunicar com os filhos: uma forma mais manhosa de falar tudo. Esse falar manhoso com a criança é muito bom no começo, enquanto é só um bebê; contudo, existe uma diferença entre falar manhoso e falar ‘errado’, como cortar sons da palavra para ela ficar mais melosa, ou falar tudo no diminutivo.

E é aí que entra o problema: é possível que a criança passe os dois anos de idade sem ter desenvolvido a fala, porque todo mundo conversou com ela como um bebê”, esclarece Thamara. “No começo, são os sons agudos que a criança mais absorve; é por essa razão que o ser humano instintivamente fala assim com as crianças, porque elas absorvem melhor esses sons. É muito válido, mas não precisa falar errado”, aconselha ela.

Conselhos
“Com um ano, pode ser normal a criança ainda não falar nada; porém, é importante que os pais fiquem de olho, porque também pode ser algum problema auditivo, muito difícil de ser percebido pelos pais. Por essa razão, hoje, é obrigatório fazer o teste da orelhinha na maternidade, porque consegue diagnosticar se a criança tem algum problema auditivo. Mesmo assim, se ela não tiver nenhum problema desse, os pais devem estimular a fala ainda mais: cantar, brincar bastante, assistir desenho e ouvir histórias (por mais que ainda não entenda)”, recomenda a profissional.

A Fonoaudióloga repete que cada criança se desenvolve de um jeito, mas tem coisas que os pais não devem ignorar: “Se ela não falar nada, mesmo após os dois anos, ou tiver uma fala muito infantil, ou só apontar para as coisas, os pais devem encaminhá-la para um especialista na área de Fonoaudiologia.

Contudo, muitas vezes, a criança aponta ou não fala porque ela não precisa – porque os pais não a deixam falar. A criança ‘respira’ e os pais já sabem o que ela quer. Para qualquer ser humano, isso é ótimo, porque não exige esforço algum. Então, meu conselho maior é: é preciso deixar a criança se desenvolver”, ressalta.

A especialista acrescenta que, em outras situações, a criança que tem algum problema de fala forma uma fala “própria”, que só ela entende, o que também é motivo para os pais procurarem ajuda médica.