A importância da amizade

No mês de julho, no dia 20, comemorou-se o Dia da Amizade. O significado da amizade pode ser descrito como um tipo de amor que não tem limitações raciais, religiosas, etárias ou de gênero, envolve uma necessidade humana que pressupõe compartilhamento e companheirismo. Ela é construída pela pessoa à medida em que interage com outras ao longo da vida e adquire significado consistente com a etapa evolutiva do indivíduo.
O que será que a Bíblia diz sobre a amizade? Os livros de Samuel relatam uma bela amizade de Davi com Jônatas, filho do Rei Saul. Saul procurou matar Davi por ciúme, pois este fora escolhido por Deus para sucedê-lo no trono. Apesar de Jônatas ser o sucessor natural de Saul, se Davi não viesse a assumir o reinado, ainda assim a amizade jurada entre os dois garantiu a escolha feita por Deus (1 Sm 20).
Outro relato é de um dos filhos de Davi, chamado Ammon, que mantinha uma amizade perniciosa com seu primo Jonadabe (2 Sm 13). Sabendo do desejo sexual de Ammom em relação à própria irmã, Tamar, Jonadabe acabou ajudando o primo a estuprá-la, ao invés de aconselhá-lo a desistir da intenção pecaminosa.
Temos, assim, exemplos de duas amizades com resultados diferentes, ou opostos. No primeiro exemplo, com consequências saudáveis e positivas. No segundo, uma amizade que foge dos princípios bíblicos e Divinos.
O livro de Provérbios nos traz muitos ensinamentos sobre o tema, chama a atenção sobre a influência dos maus amigos (1.10-16), cautela na escolha (12.26), a animação (17.17), amigo mais chegado que irmão (18.24) e a manutenção dos verdadeiros amigos (17.10).
Apesar do cuidado para ter bons amigos e cristãos, nos Evangelhos mostram que Jesus estabeleceu amizade com todo tipo de gente, mesmo descrentes, para anunciar a Palavra (Mt 9.10-13, Mt 11.19, Lc 15.1-7). A Bíblia diz que quem é direito serve de guia para seu companheiro (Pv 12.26). Afinal, o cristão é luz do Mundo. Logo, manter amizade com alguém que não é cristão pode representar constante testemunho de fé. E não podemos negar que, ao mesmo tempo, podem haver também convites para o pecado.
Nas amizades com não cristãos (na escola, faculdade, trabalho…) é necessária a firmeza na fé, para não se deixar levar por influências negativas, é o que nos aconselha Pv 1.10-26.
A ordem de Cristo recomenda claramente: “Amem uns aos outros”. No entanto, sabemos que os verdadeiros amigos são restritos. Alguns foram, na infância, vizinhos, juventude, igreja, trabalho, estudos. Convém destacar também que os amigos especiais e verdadeiros estarão presentes nos bons e maus momentos, não como na parábola do Filho Pródigo, que foram amigos só enquanto tinha dinheiro.
A alegria completa de quem obedece ao mandamento de Cristo de amar uns aos outros é concretizada nas amizades que encontra no decorrer da vida, e também são bênção de Deus.
Mas, acima de tudo, o melhor, verdadeiro e mais completo amigo é Cristo, pois Ele diz: “Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles. Vocês são Meus amigos se fazem o que Eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o patrão faz, mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do Meu Pai”.

Bruno Edgar Ries – Psicólogo em
Porto Alegre, RS
Adaptado por Pastor Elton Rost
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
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