Adriana Magossi fala sobre seu trabalho artístico e todo amor e carinho que empreende

Seu foco são bonecas de pano customizadas que transparecem seu amor pelo artesanato

Adriana Magossi tem uma relação importante com o artesanato em sua vida, tanto para lidar com sentimentos, quanto como um meio de expressão. O principal foco de seu trabalho são as bonecas de pano que carregam o romantismo de terem sido feitas manualmente com todo seu amor e carinho. Confira.
“Me chamo Adriana Cristina Magossi, tenho 49 anos. Sou nascida e criada aqui na cidade de Cosmópolis. Funcionária pública já há 28 anos, sendo 10 na Prefeitura de Cosmópolis e, agora, vou completar 18 anos na Unicamp, trabalhando com Comunicação Social, Publicidade e Propaganda e Jornalismo”, conta Adriana.
O início
“Sempre me dei muito bem com trabalhos manuais. Quando entrei na Prefeitura, fui trabalhar na área da Odontologia, no Projeto Boquinha, e ali eu comecei a desenvolver várias atividades educativas. Comecei a pintar, costurar e até esculpir para criar materiais didáticos lúdicos para trabalhar com as crianças. Enquanto estava na Prefeitura, aprendi a fazer ponto-cruz também. Então, eu sempre gostei muito dessa coisa do artesanato, principalmente, aquilo que era voltado para o artesanato Mais Barroco. Gosto muito da Cultura Barroca, sempre fui apaixonada pelas obras de Aleijadinho.
Quando fui para a Unicamp trabalhar, conheci várias pessoas que também faziam alguns artesanatos. Então, comecei a me aventurar, a mexer com feltro, com algumas coisas de pet aplique, depois, comecei a fazer caixinhas e até tive uma aula com a minha prima Mariana Fontez. Apesar de que na minha família ninguém nunca foi envolvido com artesanato, não sei da onde surgiu esse gosto, mas ele está aqui, graças a Deus. Comecei a pintar caixinhas, fazer uns guardanapos e alguns trabalhos na máquina de costura antiga da minha mãe, que minha avó e minha bisa usavam só para fazer consertos”, fala Adriana.
As bonecas
“Meu marido comprou uma dessas máquinas novas para mim. Aprendendo aos poucos, perdendo o medo, eu consegui, enfim, fazer umas bolsas, coisas de cozinha e fui adquirindo habilidades, até que fiz toda a decoração de aniversário de 80 anos da minha mãe. Eu comecei a fazer quartos de bebê, decorações temáticas, caixinhas, entre outras coisas, fazia de tudo um pouco. Mas, eu sempre via as bonecas de pano e ficava encantada, achava que eu não conseguiria fazê-las também. Só que, de qualquer forma, comecei a comprar, aos poucos, os materiais e, um dia, finalmente, fiz uma bonequinha para mim e, assim que terminei, vi que ficou tão bonitinha, tão fofa, que cheguei a me emocionar ao ver o resultado. Comecei a replicar essa bonequinha e as pessoas começaram a querer comprar.
Vendi muitas bonecas, comprei alguns moldes de umas bonecas maiores, deixava toda a escolha de tecido, cor de cabelo, expressão do rosto, a critério dos clientes. Com as bonecas, eu gosto de trabalhar assim, não costumo fazer a pronta entrega; tenho outras coisas a pronta entrega, mas, adoro quando os clientes escolhem e eu tento fazer com maior carinho do mundo.
Toda vez que faço um artesanato, entrego um pouco de mim. Tenho que estar em paz comigo mesma porque isso transparecerá no resultado final. É um processo até mesmo de cura, para mim. Eu tive, em alguns momentos, crises de ansiedade e o artesanato me ajudou a curar tudo isso. Então, realmente, quando os meus clientes levam o meu artesanato, eles levam uma Adriana que, às vezes, as pessoas não enxergam e isso me alegra e enaltece como ser humano. Eu gosto de pensar na pessoa para quem eu estou fazendo a arte, principalmente, quando estou fazendo coisas para bebês.
Atualmente, aceito encomendas e tento fazer da melhor forma possível como se fosse para mim. É uma fonte de renda que ajuda muito, ainda mais que eu tenho três cachorros; ajuda bastante no orçamento da casa. Inclusive, já mandei, até mesmo, duas bonecas para os Estados Unidos, o que me orgulha muito”, diz Adriana.
A produção
“Sobre o processo de confecção, eu procuro sempre comprar matéria-prima nacional ou importada, pensando na qualidade e nas condições em que ela é produzida. Eu faço o processo todo, cabelo, pintura do rosto, costura do molde, as roupinhas também. Eu sempre procuro utilizar todo tipo de material ue uma criança possa mexer sem nenhum risco, renda de algodão, tecido 100% algodão, bem macio, o enchimento da boneca antialérgico, tenho todo esse cuidado.
Eu tenho um atelier diversificado, com várias frentes e, agora, querendo aprender uma pintura chamada Bauer, que é uma técnica de pintura alemã que surgiu na Segunda Guerra Mundial. De resto, eu só não faço tricô e crochê, que não é muito meu forte. Procuro diversificar bastante as minhas técnicas, mas o meu foco, o que eu mais gosto mesmo, são as bonecas e as coisas para bebês – isso me encanta mais que tudo”, finaliza Adriana.

Adriana Cristina Magossi
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