De volta ao passado

Eleições presidenciais em Cosmópolis

16/11/1989 – uma quinta-feira, há completar 33 anos – Apuração manual dos votos eleitorais aos cargos de presidente da República Federativa do Brasil, primeiro turno, realizado no ‘Ginásio Municipal Poliesportivo de Cosmópolis’, atual ‘Ginásio Municipal Antonio Damiano’ .

As eleições pelo voto manual impresso, onde o eleitor assinalava o quadrado correspondente ao nome do candidato, depositando em uma urna previamente lacrada e fechada com cadeados, aconteceu na quarta-feira, feriado eleitoral de 15/10/1989. A escolha da data, simbólica na história política nacional, marcava o centésimo aniversário da proclamação da República. Desde a redemocratização da política, fim do regime militar, a data foi oficializada para os pleitos eleitorais aos cargos parlamentares municipais, estaduais e federais.

Constituiu a primeira eleição presidencial do país após a promulgação da Constituição Federal de 1988, sendo a primeira da história, em que presidente e vice-presidente da República foram eleitos juntos, norma mantida nos pleitos seguintes e que continua até hoje. Anteriormente, os eleitores votavam separadamente para presidente e vice-presidente, em uma mesma cédula eleitoral impressa, concorrendo políticos de partidos distintos aos cargos eletivos.

Em 1988, 22 candidatos disputaram o cargo de presidente e 22 a vice-presidente do Brasil, sendo considerada uma das maiores eleições presidenciais da história, pela quantia de candidatos e as acirradas campanhas, ainda sem limites oficiais de tempo e gastos.

Seguindo a nomenclatura popular dos partidos, os principais candidatos à presidência foram: “o liberal” Fernando Collor de Mello (PRN, atual Agir), “o sindicalista” Luís Inácio Lula da Silva (PT), “o trabalhista” Leonel Brizola (PDT), “o Social-Democrata” Mário Covas (atual PSDB), e “o conservador” Paulo Salim Maluf (PDS, atual Progressistas).

Eleição marcada pela polêmica candidatura do apresentador Silvio Santos, concorrente à presidência pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro), substituindo o pastor evangélico Armando Corrêa, que era o candidato oficial do partido, e para a vice-presidência ao lado do comunicador, foi escolhido o deputado federal paraibano Marcondes Gadelha. Com três dias para as eleições, liderando inúmeras pesquisas, Silvio Santos teve seu registro de candidatura impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por irregularidades nas convenções do PMB.

Com 16.517 eleitores cosmopolenses, inscritos e aptos para as votações, as contagens das urnas foram realizadas em dois dias, com a participação de mesários, autoridades eleitorais e partidárias, realizando exaustivamente as contagens e fiscalizações.

Nenhum dos 22 candidatos obteve a maioria absoluta dos votos válidos, isto é, excluídos os brancos e nulos totais, a eleição seguiu para o segundo turno, conforme a então nova lei constitucional previa. Os mais votados foram os candidatos Fernando Collor de Mello (PRN), com seu vice Itamar Franco (PRN), e Luís Inácio Lula da Silva (PT), com o vice José Paulo Bisol (PSB).

O segundo turno aconteceu nacionalmente em um domingo, dia 17/12/1989. A contagem total dos votos somente foi anunciada oficialmente no dia 20/12. Collor vencia com 35.089.998 votos (53,03%), ficando Lula com 31.076.364 (46,97%).

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Texto: Adriano da Rocha (Curta e siga @AcervoCosmopolense) / Foto: Centro de Memória Cosmópolis