Jovem Eliandra recebe Moção na Câmara Municipal

Ela é a primeira cosmopolense portadora de TEA - Transtorno do Espectro Autista a ingressar na universidade

Eliandra Caroline Necker Aires de Lima
Estudante

Segunda-feira (07) foi um dia especial para a jovem Eliandra Caroline Necker Aires de Lima, de 21 anos. Considerada a primeira portadora de TEA (Transtorno do Espectro Autista) de Cosmópolis a ingressar na universidade, ela foi homenageada na Sessão Ordinária da Câmara Municipal.

Eliandra achou incrível ser escolhida para ser homenageada e pediu para que as pessoas nunca deixem de acreditar. “Mesmo autistas, podemos nos superar a cada dia e dizer: nunca desista dos seus sonhos! Hoje, estou vivendo o meu, onde muitos não acreditavam que eu poderia chegar, cursar uma universidade. E hoje, também posso dizer ‘até aqui Deus é meu porto seguro’. E minha família, que nunca desistiu de lutar comigo. Nunca esqueça, lute, insista, persista. Todo autista é capaz! Obrigada, Talita Chaves e Atos, por me escolherem”.
Regiane Aparecida Necker Aires de Lima, mãe de Eliandra, também fez um agradecimento. “Quero agradecer a Deus primeiro, a Vereadora Talita Chaves, ao assessor Atos, a família e aos amigos.
Estamos muito felizes em poder compartilhar a história de vida da Eliandra e, com esta Moção, ficou um marco!
Vimos que todo autista é capaz. Creio eu que a Eliandra representou todos os TEA, todos juntos, somos capazes”.

“Nunca esqueça, lute, insista, persista”

Relembre a história
Na edição de 26 de outubro, a Gazeta de Cosmópolis contou a história da jovem. Relembre um pouco de sua história, contada pela mãe Regiane.
“Primeiramente, aos 5 anos, na pré-escola, ela vinha apresentando TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). Em 2006, ela foi encaminhada para tratamento na rede pública, mas, sem muitos resultados, pois, na época, só tinha atendimento com psicóloga, não havia atendimento multidisciplinar.
Em 2008, quando ela foi para o 1° ano do ensino fundamental, novamente, ela foi encaminhada para buscar ajuda com profissionais de TDAH.
Nessa época, já com convênio, tudo começou a ser tratado com equipe multidisciplinar. Por longos anos e com tudo isso, ainda não se falava em Autismo.
Em maio de 2019, ela foi diagnosticada com um tumor na clavícula, lado direito. Já no fim de maio mesmo, ela já fez a cirurgia para não se alastrar para os órgãos.
Durante o tratamento, o médico percebeu que ela era Autista.
Após a cirurgia, eu busquei ajuda na fé, com correntes de oração. Ela foi totalmente curada, o tumor não se espalhou. Como os médicos disseram, Deus fez um milagre nela, que está aí hoje, ativa.
Sendo assim, fomos buscar informações sobre o que era Autismo.
Procuramos profissionais na área especializada e até hoje ela faz terapias. Com tudo isso, eu, juntamente com minha família, fomos vencendo barreiras.
Hoje, a Eliandra tem 21 anos de idade e faz faculdade de Enfermagem. Muitos não acreditavam que ela conseguiria terminar os estudos”.