Orelha de abano: cirurgia pode ser feita na infância

A orelha de abano, em que a orelha fica mais proeminente, atinge cerca de 5% da população devido a fatores genéticos. Esta alteração anatômica acontece por causa do excesso de cartilagem na concha (parte interna da orelha) e a presença da antihelix lisa (dobra da orelha), resultando em uma orelha “aberta”.

Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de um exame físico. Na maior parte das vezes é o cirurgião plástico que identifica a alteração, porém, outros médicos podem examinar e diagnosticar.

Tratamentos
O método mais tradicional para correção da orelha de abano é a otoplastia, uma cirurgia onde é feita uma incisão na parte de trás da orelha e realizada a modelagem da cartilagem auricular através da raspagem desta, da remoção do tecido cartilaginoso em excesso e pontos cirúrgicos. O acompanhamento do paciente é semanal e a recuperação leva, em média, um mês, levando em consideração a questão da higiene com as orelhas, a alimentação e o uso de remédios. “Como toda cirurgia, há riscos de infecção, hematomas, sangramentos e a possibilidade da abertura dos pontos. Apesar disso, os riscos são baixos. O procedimento cirúrgico em questão corrige a maioria dos casos, trazendo satisfação”, explica o médico cirurgião plástico Breno Nagamine.
Há também um tratamento feito com recém-nascidos, conhecido como EarWell, caso se queira evitar a cirurgia no futuro. O bebê usa uma prótese de silicone que ajudará a modelar sua orelha. O ideal é que o molde seja colocado em crianças com até duas semanas de vida. “O fato é que o recém nascido tem a orelha muito maleável, então, quando é usada essa plaquinha para modelar a orelhinha dele, há chances

Breno Nagamine Benjamin de Souza é Cirurgião-plástico

de que ela pegue a forma daquela placa. Nem todos os moldes funcionam, mas é uma alternativa não cirúrgica, porque caso a orelha pegue o formato adequado, a criança não precisará operar”, relata Dr. Breno.

Quando fazer a cirurgia?
“A época adequada para a cirurgia é quando o desenvolvimento das orelhas está completo, o que acontece por volta dos sete anos. A cirurgia na infância é o período ideal, pois, evita traumas e aumenta a taxa de sucesso.
A orelha de abano não altera a função auditiva, mas, pode acarretar em um problema social: é muito comum crianças e adolescentes sofrerem bullying na escola por conta da mesma”, esclarece Dr. Breno.