Conheça a história da jovem autista que entrou para a universidade

Eliandra é a primeira portadora de TEA de Cosmópolis a cursar Enfermagem

Eliandra Caroline Necker Aires de Lima
Estudante

Inserir uma pessoa autista na universidade nunca é fácil. Segundo o Censo de Educação Superior (Inep), entre os mais de 8 milhões de universitários no Brasil, menos de 500 estão matriculados em uma instituição de ensino superior. Para a cosmopolense Eliandra Caroline Necker Aires de Lima, não foi diferente. Hoje, ela cursa Enfermagem.
Regiane…, mãe de Eliandra, conta sobre as conquistas e também as dificuldades enfrentadas pela filha.
“Primeiramente, aos 5 anos, na pré-escola, ela vinha apresentando TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). Em 2006, ela foi encaminhada para tratamento na rede pública, mas, sem muitos resultados, pois, na época, só tinha atendimento com psicóloga, não havia atendimento multidisciplinar.
Em 2008, quando ela foi para o 1° ano do ensino fundamental, novamente, ela foi encaminhada para buscar ajuda com profissionais de TDAH.
Nessa época, já com convênio, tudo começou a ser tratado com equipe multidisciplinar. Por longos anos e com tudo isso, ainda não se falava em Autismo.
Em maio de 2019, ela foi diagnosticada com um tumor na clavícula, lado direito. Já no fim de maio mesmo, ela já fez a cirurgia para não se alastrar para os órgãos.
Durante o tratamento, o médico percebeu que ela era Autista.
Após a cirurgia, eu busquei ajuda na fé, com correntes de oração. Ela foi totalmente curada, o tumor não se espalhou. Como os médicos disseram, Deus fez um milagre nela, que está aí hoje, ativa.
Sendo assim, fomos buscar informações sobre o que era Autismo.
Procuramos profissionais na área especializada e até hoje ela faz terapias. Com tudo isso, eu, juntamente com minha família, fomos vencendo barreiras.
Hoje, a Eliandra tem 21 anos de idade e faz faculdade de Enfermagem. Muitos não acreditavam que ela conseguiria terminar os estudos.
Com muito orgulho, ela é a primeira portadora de TEA (Transtorno do Espectro Autista) de Cosmópolis a estar cursando uma faculdade de Enfermagem. Isso só nos dá forças para apoiá-la a cursar Medicina também. Tenho certeza que ela vai conseguir e vai cuidar de vidas porque, um dia, Deus devolveu a vida pra ela e, hoje, ela quer cuidar da vida dos outros.
Essa é minha guerreira que é muito amada…”