Entrevista com o casal Dilson Pereira Rodrigues e Tatiana Felizarda dos Santos

Esta semana, a GAZETA de COSMÓPOLIS realizou uma entrevista com o casal Dilson Pereira Rodrigues, de 56 anos, e Tatiana Felizarda dos Santos, de 38 anos. Casados há 10 anos, os dois trabalham juntos com instalação de toldos pela região.

GAZETA de COSMÓPOLIS: Ambos são naturais de Cosmópolis? Caso não, como chegaram à cidade?
Dilson Pereira Rodrigues: Sou do Rio Grande do Norte, vim para cá em 1980 a trabalho. No princípio, foi difícil me acostumar com São Paulo e com o frio da região. Ficar longe da minha família também foi complicado, mas aprendi a gostar daqui. Hoje, vou apenas visitar o Nordeste, porque amo Cosmópolis. Aqui, trabalhei na Minasgás, em Paulínia, onde fiquei por 6 anos. Fui funcionário da Teka por 1 ano e depois fui para a ABL, que antigamente se chamava Elanco. Trabalhei na Petrobras até prestar concurso para Guarda Municipal, que foi no mesmo período que comecei a vender toldos. Fui aprovado na GM e fiquei lá durante 15 anos.
Tatiana Felizarda dos Santos: Sou de Minas Gerais. Vim com minha família ainda criança, mas para morar na capital. Estudei e trabalhei por lá até receber uma proposta para trabalhar na loja C&A, no Pátio Limeira Shopping. Como eu já possuía parentes aqui em Cosmópolis e a cidade ficava mais próxima de Limeira, resolvi morar nesta cidade mesmo.

GAZETA: Como se conheceram?
Dilson: A Raquel, que trabalhou comigo na guarda, me apresentou a Tatiana. Ela alegou a mim que eu precisava conhecê-la, mas eu não tinha interesse no momento. Entretanto, após vê-la, percebi algo diferente. Foi amor à primeira vista (risos). Conhecemo-nos na quinta-feira. Na terça-feira, viajei para São Paulo para conhecer os pais dela e, no sábado que seguiu, a levei para morar comigo. Foi tudo questão de 8 dias (risos).
Tatiana: A Raquel realmente havia me falado que gostaria de apresentar um amigo que estava separado há muito tempo e que tinha o meu perfil. Eu também não estava interessada em relacionamento e, quando cheguei à rodoviária, vi a Raquel junto com ele, achei até estranho, já que ele era baixinho, careca e mais gordinho. Ele ia me dar uma carona, mas eu recusei, alegando que não andava de carro com estranhos. Acabaram me convencendo e, durante o trajeto, o Dilson me contou toda a sua vida, ponto por ponto.
Naquele momento, ouvi uma voz que dizia que nós dois íamos nos casar. E assim foi.
A verdade é que, o que me cativou nele, foi a dedicação ao nosso relacionamento. O Dilson nunca havia andado em São Paulo, mas fez questão de dirigir até lá apenas para conhecer minha família!

GAZETA: Como vocês assumiram o negócio de toldos oficialmente?
Tatiana: Ele estava na Guarda, mas ganhava muito pouco, principalmente, com os descontos da pensão dos filhos. Além disso, era um trabalho extremamente cansativo para o salário que recebia. Por isso, incentivei para que ele deixasse o posto e vivesse apenas com o negócio de toldos.
Dilson: Foi uma excelente escolha, pois passei a me dedicar mais ao serviço, o que me rendeu muito mais do que a Guarda proporcionava.

GAZETA: Há quanto tempo você deixou sua profissão para atuar ao lado de seu marido?
Tatiana: Saí da C&A há 6 anos. Após isso, eu passei a empreender e trabalhar com o comércio de outras áreas, até me dedicar ao trabalho do Dilson. Junto a ele, estou, oficialmente, há 6 meses. Eu já ajudava, mas hoje me dedico a muitas outras coisas, como compra de material, medição, segurar trena (risos).
Dilson: E foi ótimo para as vendas estar com a companhia dela, pois, quando se trata de um casal, as pessoas possuem mais confiança e conforto. Quando vamos juntos atender um outro casal, a mulher se sente mais à vontade em nos receber, ambos se sentem mais seguros.

GAZETA: Para você, foi difícil deixar um emprego fixo para seguir um cargo mais autônomo?
Tatiana: Não, pois eu já estava muito cansada daquele trabalho. Querendo ou não, ficamos um pouco saturados. Era um cargo de confiança, meu celular sempre precisava estar à disposição do meu chefe a qualquer hora, sendo férias ou folga.
A companhia C&A é excelente! Ela valoriza e dá muitas oportunidades de crescimento, mas é preciso estar de corpo e alma naquilo, pois pode acontecer de uma loja no Amazonas estar caída e eles precisarem da pessoa lá. Não importa se possui filhos ou não. Eles te fornecem casa, condução e tudo mais, mas é preciso abandonar tudo que já tinha construído. Eu me sentia sozinha nos lugares onde ia. Não me arrependo de ter saído.

GAZETA: E os trabalhos pelo qual vocês se dedicaram por anos ajudaram na gestão desse novo comércio?
Tatiana: Sim! Lá aprendi mais sobre persuasão. Hoje, sei quando o cliente vai querer o produto ou não. Por exemplo, quando percebo que o cliente não tem muito interesse, já vou pegando o talão de recibos, pois é aí que ele mostra a verdadeira intenção. O cliente é muito visual. Eu trouxe um pouco das técnicas que eu usava na C&A para as vendas daqui, e acho que está dando certo.
Dilson: Na Guarda, eu fiz muitas amizades. Nos 15 anos que trabalhei lá, construí ótimos relacionamentos e amizades, o que me beneficia no ramo onde estou. As pessoas me veem na rua e sabem que trabalho com toldos, por isso, sempre me procuram. Hoje, vendo não só para Cosmópolis, mas para Paulínia, Artur Nogueira e Holambra também.

GAZETA: Chegaram a enfrentar dificuldades na área?
Dilson: Há meses em que é mais difícil vender, como janeiro foi. Mas, não tenho muitas dificuldades. Mesmo na crise, conseguimos vender bem.

GAZETA: Quais as dicas vocês podem deixar para quem pretende trabalhar no ramo de vendas?
Tatiana: Acredito que a pessoa tem que ser íntegra, transparente e verdadeira. Falar sempre a verdade e trabalhar com produtos bons. Tenha bons prazos, pois, isso agrada os clientes.
Dilson: Quando alguém precisar de uma assistência, sempre esteja à disposição. Seja prestativo com o cliente e isso te renderá muitos benefícios.