Saiba como os bebês se sentem dentro da barriga

A barriga começa a crescer e as futuras mães já começam a sentir os movimentos do bebê dentro da barriga. Nesse período, surgem muitas dúvidas e curiosidades, como, por exemplo, como o bebê se sente dentro da barriga da mãe, se ele sabe mesmo o que está acontecendo do lado de fora e se reconhece os sons familiares e as vozes, principalmente, do pai e da mãe.
O ginecologista Dr. Nivaldo Baron explica que as percepções mais nítidas se dão a partir do sexto mês de gestação. “A partir do sexto mês é que o bebê tem sensações mais próprias, mais parecidas com que o adulto sente. Geralmente, a partir desse período, que seriam 28 semanas (seis meses completos), o bebê já tem a formação de toda enervação periférica, audição, parte visual, etc. Isso possibilita que ele entenda melhor o que acontece do lado de fora da barriga.”
Ainda, de acordo com o Dr. Nivaldo, a partir desse período, o bebê começa a ter um desenvolvimento cerebral que permite essas sensações, que ativam os sentidos. Ele percebe o gosto do líquido amniótico e também consegue ouvir a mãe. “É muito importante a mãe conversar com o bebê durante a gestação e acariciar a barriga, isso passa bastante tranqüilidade para a criança”, orienta o ginecologista.
Todas as situações estressantes que a mãe vive promovem uma liberação hormonal, ou seja, libera diversos neurotransmissores e essas substâncias promovem uma mudança corporal chamada de reação de lutofuga. “Todo animal tem essa reação de lutofuga. Há, portanto, um aumento da freqüência cardíaca, bombeamento de sangue maior para os músculos, cérebro e pulmão. Há também maior liberação de glicose na corrente sangüínea. Isso é um preparo do organismo para saber se a pessoa deve correr ou lutar”, explica o Dr. Nivaldo.
Esse tipo de situação, em curto prazo, funciona como uma defesa para a mulher e, conseqüentemente, para o bebê, em longo prazo, é ruim porque faz com que o organismo trabalhe mais do que o necessário. Segundo o Dr. Nivaldo, isso é como acelerar o carro por um longo período do tempo, apenas desgastando-o sem necessidade. “Se a mãe passar por um momento estressante é até interessante, porque o bebê irá experimentar sensações diferentes, porém, após se acalmar, é importante que a mãe acaricie a barriga e converse com o bebê. Quando a mãe está passando por um quadro depressivo grave e não mantém esse contato de carinho com o bebê, fica mais difícil para ele, porque não está recebendo nenhum tipo de estímulo,” diz o ginecologista.
Todas as informações e tudo o que bebê viveu intra-útero já são experiências de vida dele. O Dr. Nivaldo dá dicas de como proporcionar um ambiente externo agradável para o bebê antes mesmo de ele sair da barriga da mãe. “Todas essas experiências intra-uterinas ficam armazenadas no subconsciente, afetando direta ou indiretamente a vida do bebê depois do nascimento, pois, isso já faz parte da bagagem da criança. Portanto, não deixa de ser verdade quando dizem que é necessário manter uma gravidez o mais tranqüila possível. Também é muito importante que o pai converse com o bebê enquanto na barriga da mãe, para que ele conheça a voz e já tenha um laço, algo que o faça se lembrar inconscientemente do pai. Músicas boas e calmas também são ótimas para o bebê ficar mais tranqüilo. Ele reconhece aquilo como uma coisa que trazia tranqüilidade para ele dentro do útero e que aqui fora também vai trazer.”
A mãe e a família, mãe e pai, principalmente, devem ter essa consciência de propiciar o melhor ambiente externo possível, porque isso vai interferir em relação ao bebê, mesmo que ainda esteja dentro da barriga. Segundo o Dr. Nivaldo, trata-se de criar hábitos saudáveis e, dessa forma, manter uma relação próxima e de muito afeto com o bebê.

Dr. Nivaldo Baron Ginecologista CRM: 48 942

Dr. Nivaldo Baron
Ginecologista
CRM: 48 942