No calendário secular cristianizado, muitas coisas vão girar agora em torno da próxima festa cristã: a PÁSCOA. Ontem ainda circulava por um shopping da região e observei que diversas lojas já davam mostra do animal mais querido desta época: o COELHO. Também tenho observado que o próprio cristianismo histórico e neopetecostal muito facilmente abandona e difere em suas práticas o que antecede a Páscoa: o ARREPER-SE. A ideia é que, por 40 dias, nos dediquemos à reflexão sobre o significado da morte e ressurreição de Jesus e mudemos nossas atitudes e vida.
“Desde a Quarta-feira de Cinzas, a Igreja entrou em um novo período do Calendário Litúrgico. Chegou a Quaresma! Palavra originária do latim, “quadragesima”, Quaresma aponta para os quarenta dias que antecedem a Páscoa (descontando-se os domingos). O número 40 tem uma simbologia muito profunda: 40 dias e 40 noites do dilúvio; 40 dias da tentação de Jesus Cristo no deserto; 40 dias de jejum de Moisés no Sinai; 40 anos de peregrinação do povo hebreu no deserto; 40 dias de jejum de Elias. E ainda, Jesus não começou Sua atividade pública de evangelização antes de Se preparar durante 40 dias em jejum e oração.
A Quaresma tem, como finalidade principal, preparar os cristãos para a Semana da Paixão e a grande festa da Ressurreição no Domingo de Páscoa, marco fundamental do Cristianismo, como apontado pelo apóstolo Paulo em I Co 15.14: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé”.
O objetivo desse período é de lembrar as pessoas da obra de Cristo, logo, é tempo de arrependimento, de buscar a Deus através de um exame de consciência, de reflexão e de oração. Os Cultos no período da Quaresma são mais reflexivos, nos remetendo a oração e a uma análise interior de nossa vida como cristão e cristã. Saem as cores festivas do branco e verde do período de Epifania e entra a cor violeta, nas toalhas e paramentos do altar, assim como na estola ministerial. O violeta é uma cor penitencial. Pode-se notar também que na Quaresma o altar e todo o espaço litúrgico não são adornados com flores, pois ainda estamos nos preparando para a grande festa da Páscoa. O “Aleluia” deixa de ser cantado e só volta a ser entoado na Páscoa. Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo. É um período de perdão e de reconciliação. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar o significado da morte na Cruz de Jesus. Com isto, aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.” (Informativo Semeadura Ano 2, Nº 04 Mensagem de capa por Erica e Artur Bentlin)
Arrependimentos e penitências são tão ou mais essenciais à vida cristã quanto louvor e adoração. O profeto Joel foi porta-voz de uma reivindicação Divina para o povo de Deus em um momento específico da história: Rasgar o coração é justamente isso: analisar-se continuamente em sua vida, reconhecendo pecados cometidos em palavras, ações e omissões. Deus não quer “belos e emocionantes cultos” (“rasgação” de seda), Ele quer conversão, arrependimento, VIDA.
Arrepender-se e viver
9 de março de 2017 Caderno de Jesus
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